quarta-feira, 30 de janeiro de 2008












CORDEL...CORDEL...


CORDEL...


cordel,nossa cultura folclórica,as raízes mais profundas,nossa identidade cultural,estão presentes nas obras de Guimarães Rosa,Jorge Amado,Chico Buarque de Holanda,Raul Seixas...etc...(nadia stabile - 30/01/08)

(...)Brasileiros instruídos normalmente desprezavam o cordel e as gravuras rudes das capas, associando-os com algo vulgar e sem classe, um símbolo do atraso do país. Mas hoje, intelectuais em São Paulo e no Rio de Janeiro são colecionadores e admiradores dos panfletos e a estética do cordel pode ser detectada em quase todas as esquinas da cultura popular brasileira. “Os poetas de cordel irão dizer que o interesse em seus trabalhos cresceu principalmente por causa dos estrangeiros”, disse Curran. “Mas eu acho que o Brasil alcançou uma época de mudança, onde existe uma maior consciência e uma fome de buscar as raízes culturais do país, e o cordel é uma grande parte da cultura brasileira no século 20”.
Na música pop, por exemplo, compositores modernos muito admirados fora do Brasil recorreram ao cordel em músicas como “A Chegada De Raul Seixas E Lampião No FMI”, de Tom Zé, e “O Encontro de Isaac Asimov com Santos Dumont no Céu”, de Chico Science”. Na literatura, o romance de Jorge Amado, “Tereza Batista cansada de guerra” e a peça de Ariano Suassuna “História d’O Rei Degolado nas caatingas do sertão” têm uma forte influência do cordel no formato e na forma.
Com títulos como “O Cordel das Doenças Sexualmente Transmissíveis” e “A Reforma Agrária Tem que Ser o Direito de Todo Brasileiro”, o governo federal e o estadual também vêm usando a forma para promover saúde, segurança no trânsito, consciência política, prevenção contra a Aids e outras campanhas oficiais. E políticos e empresários em pequenas cidades do nordeste se voltam para o cordel para promover seus candidatos ou produtos.(...)

(...)Qual as motivações de pesquisadores internacionais que se dedicam a pesquisar Gustavo Dourado?
GD - O interesse maior é pela literatura brasileira como um todo. A maioria dos pesquisadores que me procurou foi por causa do cordel que pratico. O cordel tem origens milenares, clássicas e tradicionais e é um tipo de poesia que teve grande presença na Europa medieval e influenciou autores renomados como Shakespeare, Dante, Cervantes, Rabelais, Camões, Gil Vicente e os trovadores provençais.O cordel (com outras denominações) foi significativo na França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal. Literatura de Colportage, Pliegos Sueltos, era como se conhecia o cordel na comunidade européia.O cordel está presente na obra de grandes autores como Guimarães Rosa, Orígens Lessa, Jorge Amado, Rachel de Queirós, José Américo de Almeida, Dias Gomes, Cora Coralina, Mário de Andrade, Orlando Tejo, Manuel Bandeira e principalmente Luís da Câmara Cascudo, Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto e na primeira fase literária de Ferreira Gullar.Sente-se a influência do cordel até nos autores da teledramaturgia e da novelística televisiva e radiofônica. O cordel influenciou a MPB, o baião. o forró, o xaxado, o xote, a embolada, o samba e diversos ritmos populares. Os grandes compositores da MPB são trovadores pós-modernos: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zeca Baleiro, Zé Ramalho, Alceu Valença, Belchior, Ednardo, Chico Cézar, Chico Science, Fernando Brant, João Bosco, Ivan Lins, Teixerinha, Nara Leão, João do Vale, Geraldo Vandré e até o roqueiro Raul Seixas... Entre todos sobressaiu o incomensurável Luiz Gonzaga, o rei do baião. Com esse arcabouço ficou fácil para eu chamar a atenção de alguns pesquisadores da literatura e da cultura popular.(...)
http://www.gustavodourado.com.br/prefacionet.htm

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