sexta-feira, 18 de janeiro de 2008


Rodar cativo


Os minutos se passam

quase

audíveis

em refrão recorrente.


As horas se somam

plausíveis

cheias de promessa e sem nada deixar.


Os dias escorrem

entre os dedos

ceifados do calendário

e cerzidos na pele dos homens.


Os anos morrem

Amiúde

a cada manhã

retirados das pretensões gregorianas.


Como um filete no engenho d’água

os minutos, as horas, os dias e os anos

num rodar cativo, errático desperdício

incontrolável, surda repetição.


"Ricardo Sant' anna Reis"

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