sexta-feira, 9 de maio de 2008

Escola pública

derruba as paredes

das salas de aula

Esta é a segunda escola pública na cidade de
São Paulo que derruba paredes!
a primeira foi a "EMEF Desembargador Amorim Lima"

http://www.amorimlima.org.br/tiki-index.php?page=Escola%20-%20História

Rafael Carneiro da Cunha
Colaboração Especial

A Escola Municipal Presidente Campos Sales, localizada em Heliópolis, zona sul da cidade de São Paulo (SP), implementou no início deste ano um projeto inovador: as paredes das salas de aulas foram derrubadas. No lugar, surgiram grandes salões de aula onde os alunos da mesma série são agrupados formando uma só turma.
O objetivo é buscar uma alternativa à forma tradicional de educação, fazendo com que os alunos se tornem cidadãos ativos na sociedade, além de conseguirem ingressar no ensino superior e, posteriormente, no mercado de trabalho.
Antes considerada uma favela, Heliópolis hoje é um bairro que possui cerca 120 mil habitantes e tem uma área de quase um milhão de metros quadrados. “A escola exerce um grande papel no local, pois é um centro de liderança e os problemas da comunidade passam a ser também da escola. Tudo passa pela educação”, explica o diretor Braz Rodrigues Nogueira. Inaugurado em 1927, o colégio começou a se transformar em 1999. Nesse ano uma aluna envolvida com o tráfico de drogas foi assassinada depois de sair da escola. O fato fez com que Braz e outros integrantes da escola organizassem uma passeata pela paz com o objetivo de mobilizar a comunidade. O diretor lembra que se sentiu responsável pelo ocorrido e que precisava promover uma mudança na escola, única que era mantida aberta na região na época.
Foi então que, em 2006, em um encontro com pessoas ligadas à educação, Braz conheceu o modelo pedagógico da Escola da Ponte, de Portugal. Resumidamente, o projeto consiste em não oferecer aulas expositivas e um currículo definitivo. Os alunos escolhem suas áreas de interesse e desenvolvem o itinerário de aprendizado, por meio de projetos de pesquisa individuais e em grupo. À medida que se sente preparado, cada aluno procura o professor, e juntos fazem a avaliação do trabalho. Diante do modelo, o diretor brasileiro, junto com a comunidade, decidiu implementar um projeto semelhante na escola de Heliópolis.
Hoje, o Campos Sales tem cerca de 1.300 alunos que ainda são separados por séries. Eles seguem o plano pedagógico da escola, não escolhendo suas áreas de interesse, mas estudam em grupos de trabalho, pesquisando da forma que preferem. Assim, os professores, sempre mais de um nos salões, não exercem o papel de transmissores do saber, mas sim de auxiliadores no processo de aprendizagem.
Edilene, aluna da 8ª série, diz estar satisfeita com a mudança, pois consegue aprender mais e, sempre que tem dúvida, é possível resolvê-la com os colegas, antes de recorrer aos educadores. “Nós temos vários professores dentro do salão que nos ajudam”, lembra Daiane, aluna da 7ª série.
Além dessas mudanças há ainda a inclusão de outros projetos como aulas de informática, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e as aulas de música.
Mesmo com os avanços, a escola ainda enfrenta muitos problemas. Alguns professores, por exemplo, sofrem com o processo de adaptação ao novo modelo e acabam executando o ensino tradicional. Segundo o diretor, tais dificuldades serão ultrapassadas com o decorrer do tempo.


http://aprendiz.uol.com.br/content/freselepro.mmp

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