domingo, 29 de junho de 2008

Grâ-Bretanha:

Índios brasileiros

pedem ajuda para

salvar Amazônia


Londres, 26/06 - Índios brasileiros pediram ajuda esta semana aos políticos de Londres contra os ataques a suas terras na Amazónia, durante uma viagem pela Europa para lançar um apelo para salvar o território, que segundo disseram, é cobiçado por "poderosos latifundiários".

Dois representantes dos povos indígenas macuxi e uapixana da reserva Raposa Serra do Sol, no norte do Brasil, reuniram-se com parlamentares britânicos e com funcionários do consulado para pedir apoio para enfrentar as invasões realizadas por "grupos de produtores de arroz poderosos".

Nas reuniões de quarta-feira com os líderes britânicos, Jacir José de Souza, de 61 anos, e Pierlangela Nascimento da Cunha, de 32, nomeados pelo Conselho Indígena de Roraima como representantes dos seus povos, denunciaram a agressão e pediram apoio para combater a violência.

"É nosso lugar, o de nossos antepassados e nossos filhos, que agora está ameaçado pelos fazendeiros", denunciaram.

Os índios explicaram que a Raposa Serra do Sol - fronteira com a Guiana e a Venezuela - "tem sido submetida há anos a invasões de fazendeiros do sul do Brasil, que ocupam grandes extensões de terra para plantar arroz" e que saqueiam e até mesmo matam membros das suas tribos.

A viagem pela Europa, que já os levou a Madrid, e que ainda tem na agenda as cidades de Bruxelas hoje e, depois, Paris, Roma e Lisboa, coincide com o lançamento da campanha internacional denominada "Nossa Terra, Nossa Mãe", que busca o apoio de governos, ONGs e da sociedade civil para as suas exigências.

A reserva Raposa Terra do Sol, de 1,6 milhão de hectares, foi legalizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005, após 30 anos de reivindicações dos quase 19.000 indígenas macuxi, uapixana, ingaricó, taurepangue e patamona, mas vários produtores de arroz continuam a ocupar grandes áreas do local.

A campanha também busca apoio às vésperas de uma decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil, que deve se pronunciar em Agosto sobre um recurso contra o "decreto de Homologação" assinado por Lula.

As autoridades de Roraima consideram que as comunidades indígenas são muito pequenas para ocupar tanto terreno - 7 porcento do Estado e apresentaram um recurso judicial para recuperar parte das terras.

A criação da reserva também é alvo de críticas por parte dos sectores nacionalistas e militares, por se tratar de uma área de fronteiriça.
http://www.angolapress-angop.ao/noticia.asp?ID=629287

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