sexta-feira, 11 de julho de 2008

"Foucault,anarquismo

e história"-livro

Margarethe Rago


http://www.sabotagem.cjb.net/
Coletivo SABOTAGEM

Freqüentemente, ouvimos os “foucaultianos” questionarem os possíveis vínculos existentes entre Foucault e o Anarquismo, afirmando que o filósofo jamais se disse anarquista, que recusava qualquer forma de identificação e que, ademais, nunca se afiliou aos grupos libertários contemporâneos.1 Vários autores anarquistas, por outro lado, enxergam um Foucault profundamente libertário e propõem pensar o pós-estruturalismo como “uma forma contemporânea de anarquismo”.2 Falando de sua experiência pessoal, Salvo Vaccaro afirma que o filósofo não só o aproximou do Anarquismo, impedindo-o de “se fossilizar no caminho traçado de Bakunin a Malatesta”, como ensinou “uma utilização anarquista do texto teórico, sem respeito pela autoridade do Nome.”3 Todd May, nos Estados Unidos, Salvo Vaccaro, na Itália, Edson Passetti, no Brasil e Christian Ferrer, na Argentina, entre outros, postulam uma continuidade entre as duas correntes de pensamento, entendendo que, na tradição histórica do Anarquismo, pode-se encontrar um contexto mais geral a partir do qual o pós-estruturalismo seria melhor avaliado. Enquanto um pensamento libertário, este opera de modo descentralizado, plural, antihierárquico e renovador, ao enfrentar as questões de nossa atualidade.4 Bem distante do Anarquismo, José Guilherme Merquior elenca, pelos menos, três momentos no pensamento foucaultiano, que lhe permitem qualificá-lo de “neo-anarquista”, ao lado dos ativistas de 68: sua preferência pelos movimentos revolucionários descentralizados; sua confiança maior nos movimentos específicos, conhecidos como “das minorias”, ao invés da luta de classes em sua definição clássica; finalmente, “e em harmonia ainda maior com a mais pura tradição anarquista, Foucault obstinava-se em suspeitar das instituições, por mais revolucionárias que pudessem ser.”5 Longe de querer enquadrar, ou classificar Foucault, trata-se, na minha insistência, de mostrar os vínculos estreitos existentes entre as suas problematizações e o pensamento libertário e de, ao apontar para a forte presença anarquista em sua forma de pensamento, Duas passagens do filósofo são logo evocadas: "Não, eu não me identifico com os anarquistas libertários, porque há uma certa filosofia libertária que acredita nas necessidades fundamentais do homem. Eu não as quero, me nego acima de tudo a ser identificado, ser localizado pelo poder.(...) leia mais em :
http://www.scribd.com/doc/2230447/foucault-historia-anarquismo-margareth-rago


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